segunda-feira, 29 de julho de 2013

Panamá: 5 dias

Depois de passar 17 dias em Cuba, fizemos uma parada de 5 dias no Panamá, antes de voltar para casa. A nossa conexão na ida já tinha sido lá, mas foi muito rápida, de modo que só deu tempo de conhecer o aeroporto. Chegamos na noite do dia 08/07/2013 na cidade do Panamá. Já ficamos impressionados de cara. Muitos (muitos mesmo) prédios altos, bonitos e iluminados. Pagamos 25 dólares de táxi para ir do aeroporto até o bairro El Cangrejo, onde ficava nosso hotel. O primeiro taxista falou em 43, o segundo 30, e quando a gente disse que ia pagar só 25, apareceu um deles surgido do nada, falando que 25 tava bom. O táxi lá é bem barato, mas como não tem taxímetro, é bom você negociar antes de cada "corrida". O hotel (Agua Miel) era muito bom, silencioso e com um café da manhã bem simples e gostoso. Na nossa primeira manhã pelo país, fomos direto à maior atração turística: O Canal do Panamá! A gente deu muita sorte! Logo que a gente chegou, os funcionários nos apressaram para irmos ao "Mirador", pois estava passando um navio bem na hora.
Mirador Locks - Canal do Panamá
Olha o tamanho do navio!
Aí o navio já tinha passado ...
Depois de ver o navio passando, fomos em uma sala de cinema, para assistir a um pequeno documentário (de 10 minutos) sobre a construção do Canal....em 3D!
Como a gente deu sorte de ver um navio passando pela manhã, aproveitamos a tarde para ir ao Casco Viejo, que é a parte antiga da Cidade do Panamá. De noite fomos passear no shopping Multiplaza, onde aproveitamos para jantar.
Casco Viejo
Casco Viejo de novo
Eu fiquei absurdamente encantada com esse prédio! Ele é todo de rosquinha e vidros verdes. Lindo, lindo, lindo! A gente passou algumas vezes por ele, e todas as vezes eu ficava vidrada...
MultiPlaza
Thiago na frente do shopping, com os prédios iluminados atrás
Um dos motivos da nossa passagem pelo Panamá foram as compras. Acabamos indo em quase todos os shoppings da cidade (Multiplaza, Albrook, Metromall e Multicentro), além de andar por toda a Via España (onde tem várias lojas) mas a gente, sinceramente, não se surpreendeu com os preços (pelo menos não positivamente). Acabamos comprando várias coisinhas (uma aqui, outra ali), mas não tem nem comparação com os preços dos outlets dos EUA, por exemplo. Pode ser que a gente tenha escolhido uma época ruim para essa finalidade, mas o fato é que eu esperava muito mais. Mas como tudo é válido (e eu conheci o Canal e o "prédio rosquinha"), sempre acaba valendo a pena. Uma das coisas boas que trouxemos de lá foram as músicas. O Thiago já baixou várias e o som (reggaeton) é realmente muito bom. Como tocava reggaeton em todos os táxis, a gente foi pegando os nomes dos cantores pra pegar as músicas aqui depois.
Passeio pelo Causeway
Albrook Mall 
"Os engraçadinhos"




Cuba: 17 dias / 3ª Parte: Viajando pelo interior

Depois de Trinidad, nosso destino era Santa Clara, que é onde Che Guevara está enterrado. Ele foi enterrado lá em 1997 (que foi o ano em que foram encontrados seus restos mortais) por causa de uma batalha que ele liderou e foi decisiva na derrubada de Batista. A cidade de Santa Clara é muito feia. O único atrativo, realmente, é o monumento dedicado ao Che, que é muito bonito e imponente. A viagem de Trinidad para Santa Clara foi meio tensa, por causa de um trecho de estrada simples e cheia de buracos que a gente pegou (foi a ÚNICA estrada ruim que a gente pegou na viagem). Na verdade, tinham falado para a gente (na locadora) que a estrada "regular" de Trinidad para Santa Clara ficava entre as montanhas e era perigosa. Acabamos pegando essa estrada secundária. E depois ainda ficamos sabendo que a outra nem era tão perigosa assim e era com pista dupla!! 
Estrada esburacada
Che Guevara
Eu e Thiago
Nós de novo!
Vista "lá de cima"

A gente nem ficou hospedado lá. Só fomos mesmo ao monumento e depois seguimos para Remédios, que é bem pertinho. Em Remédios eu tinha a indicação da Casa "La Paloma", que fica na praça central de Remédios. A casa era muito bonita e estava disponível. Ficamos por ali mesmo.

Meu quarto no "La Paloma", em Remédios. Lá em Cuba tem muitos móveis antigos nas casas, mas esse quarto era especialmente bonito
Centrinho de Remédios
Altar da Igreja, todo banhado a ouro.
Santa (não sei qual) com a bandeira de Cuba ao fundo
Meninos no bar, bebendo mojito
De Remédios, saímos rumo ao Cayo Santa Maria, que é tipo uma ilhota, localizada ao norte de Cuba. O mais interessante sobre o Cayo é a estrada para se chegar lá. A estrada se chama Pedraplen, tem 50 km de extensão e foi toda construída sobre o mar. É tipo uma estrada no meio do oceano. É lindo demais!!! Tem algumas outras "ilhotas" pelo caminho, como o Cayo Las Brujas, mas a gente acabou nem indo. Os acessos para o Cayo Santa Maria são todos por resorts. A gente entrou em um deles, e acabou "se infiltrando". Eu tinha lido na internet que, se você não se hospedar em um resort, precisa pagar uma taxa para acessar o Cayo. A gente nem viu guichê de taxa nenhuma, então simplesmente ficamos passeando pelo resort (que era enorme), até achar a praia.
Estrada para os Cayos

Thiago no Cayo Santa Maria

Cayo Santa Maria
Depois de visitar os Cayos, tínhamos duas opções: voltar para dormir em Remédios ou voltar rumo à Havana. Como Varadero ficava no meio do caminho, fomos direto para lá e passamos mais uma noite (dessa vez, em outro hotel). Ficamos mais um dia na praia e depois voltamos para Havana, porque tínhamos que devolver o carro, e era de lá que ia sair nosso vôo para o nosso próximo destino: Panamá!



Cuba: 17 dias / 2ª Parte: Viajando pelo interior


Ficamos 5 dias em Havana. Nos outros 12 dias nós alugamos um carro e passeamos pelo interior do país. A ideia inicial era chegar até Santiago de Cuba, mas a cidade ficava muito distante da capital, então fomos somente até Trinidad (metade da ilha). O carro eu já tinha reservado e efetuado o pagamento pela internet. A maioria dos carros (pelo menos os econômicos) disponíveis para aluguel são chineses. A gente acabou tendo um probleminha porque nosso primeiro carro (um Geely CK 1.5) ficava toda hora marcando a temperatura do motor lá nas alturas. A gente teve que trocar de carro na volta de Viñales (primeira cidade). Se você for viajar de carro por Cuba, dê uma geral no carro antes de viajar: veja se o ar está funcionando, olhe os pneus, abra o motor. Os carros são relativamente novos, mas são muito mal cuidados, então fique esperto! Nosso segundo Geely estava bem melhor, mas foi meio trabalhoso de negociar com o pessoal da loja. Enfim .... agora vamos falar de Viñales. Viñales era a única cidade do lado "esquerdo" de Havana que tínhamos para visitar. É lá onde existem as maiores plantações de tabaco. 
Quando chegamos na cidade estava chovendo. A cidade é praticamente uma avenida. A indicação que eu tinha de casa era em um lugar muito feio. Resolvemos ignorar a indicação! Essas casas que alugam para turistas sempre tem um símbolo azul na porta. Em Viñales não foi diferente. Encontramos uma casa com uma placa de "4 habitaciones disponiveis". O Thiago parou e eu saí para perguntar. Eles tinham 2 quartos com banheiros privativos, água quente e ar condicionado (eu sempre perguntava sobre água quente e ar condicionado). Era uma casa bastante grande com 4 quartos no exterior da casa (do lado da garagem) com 1 banheiro em cada quarto. Quase como um hotel. Descansamos ali e a própria dona da casa já nos arranjou um guia para fazer o passeio até a plantação de tabaco na manhã seguinte. De noite fomos jantar no restaurante "El Barrio" e optamos por espaguetes. Eles chegaram super rápido (em Cuba tem esse problema...a comida nos restaurantes normalmente demora demais) e eram deliciosos, além de super em conta. Foram 4 espaguetes, 1 cerveja, 3 refris e uma caipirinha de rum por 20 CUC. 
A estrada pelo interior de Cuba nos impressionou muito (positivamente). Para Viñales, 3 pistas para ir, e 3 para voltar!
Paradinha na estrada para almoçar.
Rosângela, Maurício e Thiago, no hall da "nossa casa" em Viñales
Esse é o símbolo azul, que geralmente tem na porta das casas que são autorizadas para alugar
Eu e Thiago em Viñales
O Maurício tem problemas na coluna, então ele e a Rosângela resolveram não ir na nossa caminhada matinal rumo às plantações de tabaco. O guia cobrou 10 CUC cada um (combine o valor sempre antes dos passeios). Eu quase morri (tudo bem que eu sou extremamente despreparada fisicamente, mas a distância e o calor dificultaram minha vida nesse dia). O caminho é todo sinuoso, com algumas subidinhas, barro e pedregulhos. Para piorar ainda mais, o nosso guia era super alto e tinha umas pernas enormes. Cada passo dele equivalia a 3 meus. Ele lá caminhando todo faceiro e eu com a língua para fora, sonhando com uma TuKola bem gelada e cheia de gás. Afff! Mas no final das contas (e depois de uma hora - só de ida - sofrida) acabou valendo a pena. Lá no final do caminho tinha a plantação, as casinhas onde ficam as folhas de tabaco e um colono que nos explicou sobre as fases da plantação e colheita e fez um charuto "caseiro". Ele ainda nos fez fumar ali mesmo. Depois eles (os colonos) ofereceram charutos para quem quisesse comprar. Foi bem interessante. Além desse passeio, ainda tínhamos a opção de caminhar mais além e ir até um grande lago, que dizem que é muito bonito. Eu não tinha a menor condição psicológica de caminhar para algum lugar que não fosse de volta para "casa", então acabamos não indo.
Paisagem pelo caminho
Chegando...
Casinha onde ficam as folhas de tabaco
Folhas de tabaco
Thiago aprendendo a fazer charuto
Fazendo pose, mesmo sem saber fumar o "negócio" 
No caminho...

Depois de voltar de Viñales, voltamos a Havana para trocar de carro, como eu já havia dito. Acabamos tendo que dormir mais uma noite lá, por causa do horário da locadora. No outro dia, assim que eles liberaram o "novo carro", partimos para a autopista, rumo à Varadero. A estrada, de pista dupla, vai margeando o mar e é muito bonita. Eu incluí Varadero na nossa viagem mais por curiosidade. A maioria dos pacotes prontos que vendem no Brasil para Cuba é Havana-Varadero. E eu sempre pensei que essa praia tivesse mais fama que beleza. Eu estava redondamente enganada. A praia é maravilhosa. Não tem aquela cara de praia badalada (que eu achei que tivesse) mas a areia, o mar e a tranquilidade fazem valer a pena! Chegamos na hora do almoço e escolhemos um restaurante da avenida geral para almoçar. Depois a gente foi para o hotel, já que em Varadero não existem casas para alugar (na verdade eu tinha lido essa informação antes de viajar, mas na real, existem sim, casas particulares. Não tem muitas, mas se você procurar, você acha!). De qualquer forma, a gente ficou em um hotel. Isso foi até engraçado, porque de todos os lugares em que a gente se hospedou durante a viagem (e não foram poucos), esse hotel foi o pior de todos. Tinha um cheiro ruim, a cama era dura e o atendimento não foi dos melhores. Em Varadero tem vários resorts all inclusive. Para quem for ficar mais tempo, com certeza vale a pena! A vantagem do nosso hotel é que era na frente da praia! E nós demos a sorte de pegar um lindo dia de sol! De noite acabou chovendo. Nós tomamos um café com sanduíches em um bar da avenida geral. Estava muito bom, mas demorou horrores (só para não perder o "costume cubano"). Depois passeamos em algumas feirinhas de artesanato pela avenida.
Seja bem vindo!
Olha a cor desse mar...
Thiago boiando no mar de Varadero, que mais parece uma piscina
Thiago e Maurício descansando

Próxima cidade? Cienfuegos! Essa cidade é conhecida por ser a "mais limpa" de Cuba. Ela realmente passa uma boa impressão, toda organizada e com largas ruas e avenidas. A estrada de Varadero para Cienfuegos era simples, mas com pouquíssimo movimento, então acabou sendo seguro do mesmo jeito. Lembro que passamos por vários vilarejos feios nesse trajeto... Em Cienfuegos eu não tinha indicação de casa, então simplesmente ficamos rodando pela cidade de carro, até achar uma casa bonita/habitável/simpática com a placa do governo. Lá em Cienfuegos tem uns caras de bike que ficavam nos seguindo e perguntando se gostaríamos de uma indicação de casa particular. Eles nos abordaram no posto de gasolina, quando fomos abastecer e ficaram nos seguindo (detalhe: a gente tava de carro e eles de bike). Acabamos aceitamos uma indicação, mas era uma casa muito afastada da avenida geral, então não quisemos ficar. Depois eles queriam indicar outra, mas a gente disse que não precisava. Eles continuaram nos seguindo, mas dae o Thiago deu uma acelerada na avenida e eles não conseguiram nos alcançar. Eles não eram mal encarados nem perigosos ou algo do tipo. Na verdade eles só eram chatos. A gente só queria ficar andando de carro até achar uma casa bacana. Encontramos uma com dois quartos disponíveis. Deixamos as malas e fomos passear pela cidade. De noite jantamos espaguetes em um restaurante italiano. Lá em Cienfuegos tem um Malecón, estilo o de Havana, mas beeeem menor! Passamos o final de tarde ali. De noite descobrimos que ia ter uma balada ali do lado. Era tipo um terreno bem grande (descoberto) com som, tocando reggaeton. A Rosângela e o Maurício foram dormir e eu e o Thiago fomos ali. Pagamos 3 pesos cubanos cada um (exatamente R$0,30!). Os cubanos dançam muito bem. Tanto homem quanto mulher. Eu poderia ter passado a noite inteira ali, só vendo eles dançarem reggaeton. Música boa, dança boa, e rum, muito rum! Uma festa que eu realmente adorei!
Nosso "coche chino" (carro chinês)

Rosângela e eu, no calçadão de Cienfuegos
Eu e Thiago em Cienfuegos

Thiago, Maurício (e um lada) na frente de um colégio muito bonito

Clube recreativo/náutico de Cienfuegos
Isso eu não sei o que era, mas achei tão bonito que tive que fotografar, ehehe
O dia em que a gente tinha combinado de ir para a praia de Rancho Luna (praia de Cienfuegos, onde tem um "delfinário", onde se pode nadar com os golfinhos) amanheceu com chuva. Como a gente já tinha passeado por toda a cidade de Cienfuegos, resolvemos seguir para Trinidad. Eram 80 km de pista simples, mas tudo correu muito bem, porque não tem movimento nas estradas, então a viagem acaba passando rápido. Em Trinidad as ruas são todas de pedras. O Maurício e a Rosângela acharam muito parecida com Paraty (que eu e Thiago não conhecemos ainda). A cidade é toda alegre e colorida (foi a que eu mais gostei). Deixamos o carro no estacionamento e um dos mocinhos que trabalhava ali nos ofereceu indicação de casa. Seguimos ele até umas duas ruas adiante e acabamos fechando negócio. Era uma casa grande, com 2 quartos disponíveis. Ainda estava chovendo, mas resolvemos passear pela cidade mesmo assim. Eu e o Thiago encontramos um poeta (Luiz Martinez) que estava passeando com um carrinho de mão e perguntou de onde éramos. Quando falamos Brasil, ele abriu um sorriso enorme e perguntou a cidade. Falamos: "Florianópolis". Dae ele disse: "Ah, a capital de Santa Catarina". A gente achou muito interessante ele saber disso. Então ele perguntou se a gente queria ver um poema sobre Florianópolis, porque ele tinha feito um poema para cada capital brasileira. A gente ouviu e ele ficou todo orgulhoso. Pedi que ele copiasse para a gente. Ele passou "a limpo" em um papel e nos deu. Deixamos umas moedinhas e ele ficou todo feliz. Depois a gente ficou sabendo que ele fazia parte de um grupo de artistas da cidade e que ele era uma pessoa muito inteligente e interessada em história e geografia mundial. 

Em Trinidad tem um bar muito bacana que se chama "Casa de La Musica". Fica em uma escadaria, ao lado da Igreja da praça central. Fomos lá em uma noite e tinha uma banda de salsa tocando e alguns casais dançando. Foi muito divertido! Em Trinidad também se come muito bem (pelo menos quem não é vegetariano, como eu). Quase todos os restaurantes servem frutos do mar e pratos de lagostas, que custam de 5 a 8 CUC (12 a 20 reais). O pessoal (todo mundo menos eu) saiu de Cuba enjoado de tanto comer lagosta (bem bestas, eheheh).  Também chegamos a conhecer a Playa Ancón, que fica a uns 15 minutos do centrinho de Trinidad. A praia é muito bonita, mas é daquelas que tem uma descidinha quando você vai para o mar. E além disso, tinham umas folhas na areia do mar, que davam muita agunia. Meu voto ainda é de Varadero! Nesse dia, ficamos observando um grupo de crianças (umas 30) que foram com as professoras (provavelmente era um grupo de escola), já que era férias. E eles foram preparados: com galinha assada e até bolo com glacê! Fizeram muita farra, bem divertido!